Com o fim do estado de emergência e, numa altura que estão a ser definidas regras para usufruir de recursos naturais como as praias e o mar, a Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas (FPAS) defende com urgência o regresso do Mergulho Recreativo, uma atividade com enorme peso económico, quer em termos nacionais quer internacionais, sobretudo no turismo, uma das áreas mais afetadas pela pandemia do coronavírus. Por esta razão, várias entidades como a FPAS, Divers Alert Network (DAN), Professional Association of Dividin Instructors (PADI), SCUBA Schools Internacional (SSI) e Confédération Mondiale des Activités Subaquatiques (CMAS) - reuniram-se para elaborar e adaptar um documento de referência para a retoma das atividades de Mergulho Recreativo em Segurança.
Os números indicam que, apesar de ser uma atividade sazonal, o mergulho recreativo garante em Portugal o emprego a mais de 5 mil pessoas que, neste momento, estão em layoff, mas caso não seja retomada a atividade, poderão ir para o desemprego. Segundo dados do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ, IP) no território nacional existem mais de 200 empresas associadas a esta atividade e mais de 50 mil praticantes de mergulho recreativo, dados que são significativos na área do turismo. Por ano, são faturados mais de 5 milhões de euros em venda de equipamentos para o mergulho recreativo, são emitidas mais de 10 mil certificações e são realizados mais de 100 mil saídas de mergulho.
Na balança externa, o turismo representa 52,3% das representações de serviços, 19,7% das exportações totais e 8,7% do PIB nacional sendo que no turismo subaquático 75% da sua atividade depende da atividade turística. De acordo com a World Tourism Organization, o turismo subaquático é uma atividade importante a nível mundial, uma vez que permite a milhares de pessoas viajarem para determinados destinos, tendo como principal objetivo fazer mergulho recreativo e, neste ponto, Portugal aparece como um dos destinos de referência devido à sua longa costa. A mesma organização refere que para 2020 estão previstas receitas na ordem dos 2 biliões de euros, isto porque o turismo subaquático é considerado a segunda maior atividade de turismo (em primeiro aparece o golf) com taxas de crescimento anuais de 6 a 7%. O mergulho recreativo é uma prática desportiva individual em ambiente de natureza, altamente regulada, e que exige formação especifica dos seus praticantes, guias e instrutores. Na verdade, cada mergulhador desempenha o papel de embaixador do mundo subaquático e, pelas razões apresentadas e tendo em conta o momento atual, é fundamental aprovar as recomendações e retomar esta atividade o mais depressa possível.